Categorias
Sem categoria

Chega de racismo.

Sempre ouço de amigos negros que, como branca, eu jamais poderei imaginar o que eles sentem na pele. De fato, eu fui criada numa bolha repleta de privilégios e que eu só me dei conta depois de mais velha. Enquanto jornalista, já cobri os dois mundos e, como caçadora de histórias e personagens, eu precisei me descontruir, para descobrir uma nova Paula, ´´isenta´´ de preconceitos, mas não se enganem. Certamente, durante esse caminho, já reproduzi algumas falas pejorativas. Infelizmente, nossos ancestrais e livros de História, pelo menos da minha época, eram escravocratas, oligárquicos e excludentes. Aprendemos tudo sob a ótica dos colonizadores e não o contrário. 

Há 6 anos, eu me enveredei por uma jornada como escritora (ainda caminhando a passos lentos). Apesar de a maioria ser livro infantil, queria histórias reais ou, pelo menos, baseadas em fatos, daquelas que as crianças pudessem se identificar. E, assim, todas as minhas personagens infantis nasceram: Beca, Alan, Lili, Mary e, agora, Bia.

Com narrativas e assuntos diferentes (dislexia, síndrome de Down, refugiados da Síria, política para crianças e Covid-19), todos têm algo em comum: falam sobre empatia, respeito,  equidade, inclusão, solidariedade e representatividade.

Hoje, quero falar de dois personagens em específico (Lili e Bia), devido ao desrespeito com as vidas pretas ao longo da história, mas que foram registradas nessa última semana: o racismo. Muitos devem estar se questionando: ´´Nossa, mas uma branquela falando sobre racismo?´´ Respondo, com muita humildade. Vcs têm razão, mas aonde quero chegar?

Os meus livros não falam diretamente sobre racismo, mas trazem duas personagens pretas, que são muito inteligentes, lindas, generosas e que assumem um papel de protagonistas em suas vidas. Almejo que meus leitores mirins possam se identificar com elas e se apenas ´´um´´ ou ´´uma´´  se sentir tocado (a), eu já terei cumprido minha missão.   Além da dívida histórica que temos com nossos irmãos pretos, precisamos ter a esperança de um mundo com mais equidade. Que nenhuma vida seja exterminada e lágrimas de sangue sejam derramadas para que possamos ver o óbvio: toda vida importa!

Que possamos ter a oportunidade de lermos mais os livros de Conceição Evaristo, Djamila Ribeiro, Angela Davis, Michelle Obama ou sobre Ruby Bridges, Nelson Mandela, Martin Luther King e Barack Obama (meus ídolos). Elem têm muito a nos ensinar. E como têm!

Agradeço aos meus amigos pretos que, por sinal, são maravilhosos, pelas aulas e conversas sobre racismo. Vcs não têm ideia do quanto me ensinam e do quanto sou grata por tê-los na minha vida: Fred Mendes, Ester Antonieta, Leandro Perché e Rafa Rafael Mansur – que é branco, mas entende como ninguém o racismo), meu abraço sincero e uma vontade imensa de passarmos para as próximas gerações um mundo melhor e cada vez mais diverso.

Estou na luta com vcs. Sempre!!!

Publicidade

Gosto pela leitura. Você já tomou?

Você já parou para pensar no universo de possibilidades que a leitura proporciona? Leitura NÃO pode ser vista apenas como “juntar as letrinhas” e pronto. Ela vai muito além da superfície dos olhos, pois perpassa conceitos, nos liberta da ignorância, amplia a leitura de mundo, desenvolve o senso crítico, aperfeiçoa a capacidade cognitiva, a criatividade e dá asas ao imaginário, sem limites de tempo e espaço. Quantas vezes nos tornamos próximos dos personagens, torcemos e aguardamos ansiosos pelo “Felizes para sempre”?

Não podemos conceber a leitura como uma atividade passiva ou punitiva, seja ela qual for. Parte-me o coração quando ouço alguns pais querendo castigar seus filhos com leitura, ou quando professores mandam alunos à biblioteca, também como forma de puni-los por algo de errado que fizeram. É preciso ensinar nossas crianças que a biblioteca é como se fosse um parque de livros, com uma infinidade de histórias, personagens, lugares e páginas que querem ser abertos e descobertos. Depende de nós, adultos, fazermos essa abordagem. Há tanto material lúdico a ser apresentado: fábulas, poesias, parlendas (versinhos com temática infantil), revistinhas em quadrinho com todas as suas onomatopeias, livros de pano, de plástico e os livros tradicionais, que também são uma delícia de lê-los.

Antes mesmo de sermos alfabetizados, já temos nossas leituras de mundo. O gosto pela leitura não deve ser imposto, mas despertado, incentivado. Como? É quando os pais contam histórias antes das crianças dormirem, é numa roda de leitura com professores e colegas, é numa deliciosa contação de histórias, é numa visita divertida à biblioteca, é deixar a criança escolher o livro a ser abordado e, por último, e não menos importante: crianças seguem exemplos. Elas já presenciaram o adulto, que têm como referência, lendo?

Encontro com a nossa dama Fernanda Montenegro

Em 2018, eu me encontrei com a dama da dramaturgia, que nos representa lindamente no Brasil e no exterior. Ao conhecê -la, fiquei ainda mais encantada com tanto carisma, generosidade e humildade.  Estou me referindo da nossa Fernanda Montenegro.

Que orgulho dessa grande mulher. Ganhei até abraço e beijinho no rosto. Ao presenteá-la com o meu livro #AMagiadoTeatro , FErnanda gentilmente me parabenizou e disse que na legenda de nossa foto, eu deveria escrever: As escritoras Paula e Fernanda”. Ainda deu tempo de entrevistá-la… A resposta ela colocou como dedicatória do livro de sua autoria. Fofa, né???

Minha gratidão, Fernanda Montenegro. A senhora superou minhas expectativas.

Screenshot_20200529-222225

Momento de reflexão

Desconectar-se para conectar-se

Desaprender para aprender

Isolar-se para encontrar o outro

Desligar-se para ouvir

Ouvir o silêncio, a alma e o próximo

Entender e respeitar a humanidade

Encantar-se com o singelo

Desadormecer a semente da empatia, do amor

É, o amor! Aquele que não se acovardou e se tornou flor!🌷🌸🌹🌺🌼🥀

fb_img_1588204018568-1

O livro Xô, Coronavírus! é celebrado na Câmara Municipal de Contagem

Foi com enorme orgulho e alegria que recebi nessa terça-feira (19/05/2020), das mãos do vereador e presidente da Câmara Municipal de Contagem, Daniel Carvalho, o certificado do “Projeto Cultura na Câmara”, devido ao livro infantil “Xô, Coronavírus”, que escrevi com muito carinho e responsabilidade sobre o Covid- 19. O livro contou a sensibilidade e talento dos desenhos de Sergio Neres, além do apoio técnico de 11 profissionais das áreas da Saúde e Educação.

Agradeço a todos os envolvidos por acreditarem que é possível fazer um material lúdico, informativo e responsável sem causar pânico nas crianças, quando o assunto é a pandemia do Coronavírus.

Categorias
Aprendizado

Há um aprendizado nessa Pandemia?

E, não repentinamente, o mundo assistia à chegada de um vírus que, até então, era inofensivo sob muitos olhares e perspectivas. Quanta inocência! Quantas vidas seriam cessadas, sonhos interrompidos, projetos postergados e empregos na berlinda. E a economia? Ah, como está em uso essa palavra. Os prejuízos serão incalculáveis e, muito provavelmente, beirarão ao caos.

Nesta pandemia, muitos têm revelado seu verdadeiro caráter e para que vieram. Esse é o ser humano? Aquele que se considera onisciente, onipotente e onipresente está a um passo da loucura. E “k entre nós”, é difícil não surtar neste momento. Rivotril, calmantes e ansiolíticos serão vendidos como nunca antes na história. Pessimismo da minha parte? Não, mas estaria a humanidade doente por demais e a natureza implorando por socorro diante de tanta ganância? Nesses últimos dias, ela tem dado algumas respostas e um suspiro na alma tem nos acalentado.

Devido ao coronavírus, touradas e 120 touros estão salvos na Espanha; China proíbe comércio e consumo de animais selvagens, pandas aproveitam zoológico vazio na quarentena para acasalar após dez anos; sem humanos, 97 tartarugas marinhas nascem em praia de Pernambuco. Quer mais?  Vários países que se encontravam em guerras históricas chegaram a um acordo de paz temporário, como Síria, Iêmen, Israel e Palestina. A Cisjordânia, inclusive, recebeu de Israel 20 toneladas de desinfetante e outros 400 kits de testes para detectar o vírus, além de outros 500 itens de proteção para as forças de segurança e equipes de saúde, segundo informações da Istoé.

Religiões e líderes religiosos (alguns, infelizmente, são caso perdido) têm se respeitado mais e percebido que não existem verdades absolutas. Orações ao redor do planeta clamam por saúde e emanam amor. Pessoas pelo mundo, anônimas ou não, dando um show de solidariedade, de respeito à vida humana e percebendo, finalmente, a importância do sistema de saúde público, da ciência e da liberdade. Uauu…Como é bom ser livre e sentir a brisa  no rosto. Que isso nos faça olhar os animais com mais ternura e compaixão e libertá-los de zoológicos, gaiolas e jaulas.

Aos poucos, nossas vidas vão voltar ao normal. Ou não!!! Não seremos mais os mesmos. Essa distância, infelizmente necessária, dará espaço para abraços mais verdadeiros e afetuosos. Por ora, sigamos com o provérbio budista: “A felicidade nasceu do altruísmo, a infelicidade, do egoísmo”.

Tudo vai passar!

Paula Emmanuela Fernandes

 

 

Doação de livros para a Creche do Monte Castelo

Hoje ( 05/03) foi dia de o Projeto Biblioteca Solidária doar livros para a Creche do bairro Monte Castelo. Como a creche já tinha toda a estrutura, só doamos os livros para crianças até 4 aninhos.

O lugar é uma graça, superorganizado e limpíssimo . Minha mãe, eu e @lauraduarte25 ( quem tirou a foto) fomos recebidas com muito carinho pela diretora Sônia. As crianças estavam curtindo um soninho gostoso e nem deu para pular, brincar e ler com elas.

Esperamos que as crianças já comecem a se apaixonar pela leitura e viajarem pelo mundo da imaginação.

Muito obrigada pela doação de todos, em especial, @mcribeiro74 . Os livros estão circulando.

Biblioteca Solidária nos presídios sai no Jornal Super Notícias

Nossa Biblioteca Solidária em alguns Centros Prisionais de Minas saiu no Jornal Super Notícias hoje (17/02). A matéria foi da jornalista @raquelpenaforte , que mostrou toda sua sensibilidade e profissionalismo.

Todo projeto precisa ser coletivo e eu contei com a ajuda de tanta gente querida, conhecida e desconhecida. Quero começar a agradecer à Diretoria de Ensino e Profissionalização, da Superintendência de Humanização do Atendimento da SEJUSP , na pessoa da Beatriz, ao diretor de Humanização do Ceresp de Betim, Paulo Henrique Prado ( que foi o primeiro a acreditar e permitir a biblioteca) , aos gestores do presídio que acreditam no poder da literatura, aos amigos ( são muitos) que doaram livros , aos meus diretores @josiane_ciolette e @caubymorais que me permitem que eu vá fazer esse projeto e à vc, que está lendo esse texto de agradecimento.

Ainda é uma sementinha… Precisamos ver florir e acreditar que essas pessoas sairão melhores do que entraram. De coração, muito obrigada e continuo contando com vcs. Bjo no coração

IMG-20200305-WA0000
Jornal Super – Fevereiro de 2020

Biblioteca Solidária no Presídio de Bicas I

Desprender de livros não é uma tarefa muito fácil para os amantes de literatura, mas fazê-los circular, sabendo que públicos diversos poderão ter acesso à arte, ai ai (suspiro) é tão gratificante. Desculpe, não consegui fugir do clichê.

Eu não sei se vc, que está lendo este meu texto, sente isso, mas eu me sinto tão “íntima” de alguns autores , por meio de seus escritos, que eu queria mesmo passar essa paixão para todos. Aos pouquinhos e a passos de tartaruguinha, temos conseguido. O feedback tem sido massa demais da nossa Biblioteca Solidária.

Hoje foi dia de doar livros ao Presídio de Bicas I. A pedagoga do presídio, Elaine Gomes ( na fotinha comigo), prometeu doar parte dos livros à Penitenciária Professor Jason Soares de Albergaria tb. Ambas já tinham armário, então, não foi necessário doar os livreiros.

É muito importante deixar claro que esse projeto só é possível graças à doação de livros de amigos, como vc, e de pessoas que trabalham no presídio e que acreditam na ressocialização, por meio da literatura, como o diretor de atendimento ao Preso do Presidio de São Joaquim de Bicas I, Ragazzi, e à pedagoga Elaine Cristine Marques Gomes. Como gostei de conversar com vcs. Muito obrigada por tudo!!!

IMG-20200212-WA0011

Biblioteca Solidária no Hospital Municipal de Contagem/ Pronto Atendimento Infantil

Como todos os meus projetos nascem de sonhos, a Biblioteca Solidária em Hospital não poderia ter sido diferente. Sonhei com ela e, em janeiro deste ano, antes mesmo de saber se daria ou não certo, já comecei a fazer campanha de arrecadação de livros, por meio das minhas redes sociais. E chegaram caixas. Bom demais, né?

A estrutura é daquela biblioteca itinerante que fizemos no ano passado, mas devido à chuva não faz sentido deixá-la pelas ruas. Depois, pensaremos numa biblioteca menor e mais prática com essa finalidade.

Mas vamos ao que interessa: a Biblioteca Solidária já está no Hospital Municipal de Contagem, na recepção do Pronto Atendimento Infantil. Uhuuu!!!! Partindo do pressuposto de que livros curam a alma e a mente, acredito que um ambiente como um hospital requer algo que as pessoas precisem se sentir melhor.

O intuito é que estes futuros leitores possam ter leveza, calma, diversão, cultura, acesso a um material democrático, distração, visão mais ampla do mundo e compartilhamento de conhecimento.

Foi pensada, também, uma estratégia de humanização adotada por diversas instituições de saúde com o objetivo de levar à criança, ao adulto e ao idoso a mediação de leitura de histórias. Por meio da leitura em ambientes hospitalares é possível motivar não somente pacientes, mas todos os sujeitos que circulam neste local. Afinal, “o livro só ganha vida quando está nas mãos de seu leitor, seja ele quem for”.

E assim, temos feito (com a parceria do lindo PROJETO SORRISO, idealizado por Cauby Morais e Josiane Ciolette, e da COLETIVA) essa rede de bibliotecas completamente APARTIDÁRIA e que proporcione a “BIBLIODIVERSIDADE” , permitindo que diferentes públicos se identifiquem com as temáticas.

Quero agora, agradecer imensamente à amiga e jornalista Carol Sousa, que me ajudou na articulação com os responsáveis; ao subsecretário da Secretaria Municipal de Comunicação de Contagem, Pedro Blank; à coordenadora do Complexo Hospitalar e UPAs de Contagem, Denise Dias, aos meus pais e amigos que doaram caixas de livros, como a prima Cássia Fernandes, a professora Sônia Pessoa, a bibliotecária Ana Maria e muitos outros.

Obrigada, do fundo do coração. Aliás, tem saído borboletas do meu coração e de todo o meu corpo de tanta alegria!!!